sábado, 5 de dezembro de 2009

Atiraram no dramaturgo


Minha última postagem foi roubada do blog do Mário.
Estou comovida e cansada. Uma certa revolta me invade.
Gosto muito dele, apesar de apenas sorrirmos um para o outro. Temos alguns amigos em comum, e me sinto próxima dele por causa disso.
Me sinto próxima dele porque leio seus textos. Leio seu blog todos os dias. Já chorei com suas histórias, já ri com suas histórias, eu adoro as histórias do Mário. E quero continuar lendo tudo o que ele escreve...
Mas o que podemos nós querer dessa vida? É ela que vai, é ela quem nos leva...
Hoje atiraram no dramaturgo, mas ele disse que sempre volta pro bar.
Então volta Mário, tem muita gente aqui te esperando!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

do blog do Mário...

"Esse tipo de "acontecimento" faz com que a gente pense como tudo é frágil e efêmero. É claro que estou dizendo o óbvio, mas não quero dizer nada além disso. As pessoas perdem tempo demais com coisas muito pequenas. Vamos aproveitar o máximo o pouco tempo que temos pra ficar perto das pessoas que realmente amamos. Porque a qualquer momento, elas não vão mais estar por aqui. E ficar lamentando não vai servir pra nada. Porque tem uma hora que as luzes param de piscar e não há nada que se possa fazer. "

roubei do blog do Mário Bortolotto. Adoro os textos dele e hoje tomei a liberdade de roubar esse trecho especialmente emocionante... gosto das coisas que me derrubam, me destróem e me fazem pensar e mudar. É disso que eu gosto.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

profumo di donna

vou postar vídeos que me emocionam... pelo menos durante um tempo, pq se for postar tudo que me emociona, fudeu!
http://www.youtube.com/watch?v=AhJ8tO8bf3A

Uma cena clássica de Perfume de Mulher, a do tango mesmo...
Nesse filme, a última cena em que ele sente e identifica o perfume de uma mulher e fala : Fleur de Rocaille! Meu namorado da época me deu esse perfume. Romantismos. Detalhes sempre fazem a diferença. É a tal de delicadeza de se importar.

domingo, 11 de outubro de 2009

só se vive uma vez de cada coisa


Ando muito nostálgica... falo do passado e ele me vem com força, com tanta verdade que me arrebenta o peito. Dá vontade de chorar. Mas não choro.
Não gosto disso. Tenho a sensação de uma vida em vão onde só no passado dos outros encontro algo interessante. Sinto falta da adolescente imprudente que era, displicente, que tinha todas as estrelas prá conquistar. Não conquistei nada. E hoje não tenho estrelas. Vivo numa noite de céu preto.
No momento não consigo superar meus próprios limites. Logo eu que era "o bicho"... me desconheço.
No momento estou em reclusão de mim mesma, nem viver nesse corpo vivo mais.
Toque de Midas ao revés. Irritada. Não esqueci de nada. Apenas de mim mesma.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sentimentos preservados...


Aos 16 anos de idade éramos todos amigos: Renata loira, Nei, Bado, Paulo, Otávio, Tonho, Henrique. Formamos nossa primeira banda, chamava Livre Pavão, nome dado pelo Nei, o poeta, escritor, compositor, enfim, um puta cara sensível. Tinha uma explicação prá esse nome, algo como as cores do rabo do pavão... hum.... o Nei explicava e parecia fácil.
Renata eu eu éramos as cantoras. Eu segui, ela foi ser enfermeira e mãe de família. Paulo era o batera. Ninguém oscilava mais nos tempos das músicas que ele. Terminamos brigados com ele jogando na minha cara que se eu tinha amigos era graças a ele...
Henrique tocava contrabaixo e morava em Santana. Todo metódico, sério, creio que seja músico ainda, tocava muito bem.
Otávio era o tecladista e eu morria de paixão por ele. Mas tinha uma namorada mais velha, eu não podia competir, ela fazia sexo com ele e eu mal sabia beijar na boca... depois de uns bons anos nos encontramos, montamos uma banda e tivemos um belo caso de amor. Outra hora escreverei sobre ele, vale a pena...
O Bado, originalmente Fábio. Morava no centro e íamos tomar chopp no Leo, que era na frente do ap dele. Puta amigo, ouvíamos Schoenberg juntos, líamos Hegel e defendíamos o PT. Uma vez fomos prá Águas da Prata juntos, na época podia fumar até dentro do ônibus da viação Cometa... sinto sua falta amigo...
O Nei foi embora pro Japão. Sim, ele tem ascendência japonesa. Nos correspondemos por algum tempo, depois sumimos um da vida do outro. Ele me ensinou a ouvir The Cure e a curtir todos os livros do Herman Hesse, começando pelo Lobo da Estepe. Mostras e shows no Centro Cultural. Muito Arrigo , Vânia e Tetê. Metrô São Joaquim. Algumas brigas mas sempre muita admiração.
Nunca me esqueci e sinto uma tremenda saudade dessa época da minha vida, o mundo era meu e os meus amigos eram os melhores de todos!
Essa semana o Nei me achou no orkut, tá lá no Japão... faz 19 anos. Ele disse q volta um dia.
Na hora que vi seu email, todo meu sentimento de adolescente voltou... intocado.
Nossa, que felicidade senti em perceber que todo aquele amor pelo meu amigo estava ali, intocado, vivo!
O título do email era: É O NEI, LEMBRA DE MIM?
Porra cara! NUNCA TE ESQUECI!!!

domingo, 20 de setembro de 2009

verdades da vida...

Nunca discuta com um idiota. Primeiro ele te arrasta até ao nível dele, e depois ganha de você pela experiência...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Puta que la merda!


é assim mesmo, Puta que la merda!

Fui ao cinema assistir O Contador de Histórias, filme de Luiz Villaça sobre a vida de Roberto Carlos Ramos. Eu não tinha idéia de nada, mas ando curtindo uns filmes brazucas...

Já de cara me aparece um grande amigo fazendo o papel de bedel na FEBEM de Belo Horizonte: Laerte Mello! Ah, que bom ver uma pessoa que vc gosta fazendo o que gosta! Nos conhecemos faz mais de 20 anos, fizemos um som juntos no programa Boca Livre da TV Cultura, estudávamos inglês na Cultura Inglesa, foi ele quem colocou minha antiga banda Rock Q Pariu prá abrir o show do IRA! no Via Funchal... Laerte, tudo de bom prá vc!

Bom... é a história de um menino que passou pela FEBEM nos anos 70. A mãe na sua inocência. A criança na sua inocência. Uma pátria na sua inocência entregando seus filhos aos leões. Esses mesmos leões que ainda estão aí tirando um sarro da nossa cara, na câmara dos deputados e do senado. Mas essa é outra história...

Esse menino, o Roberto Carlos Ramos teve a oportunidade de conviver com a maravilhosa escritora francesa Marguerite Duras. Encenei Savannah Bay (dela) mas não tinha idéia dessa passagem pelo Brasil. Fico com vergonha de mim mesma... uma mulher inocente e pura, pacenciosa e entregue. Sinto vergonha mais ainda.

Hoje ele é um dos maiores contadores de história do mundo. Mas a maior história é a dele mesmo... quantas histórias pessoais podem ser contadas? A minha, a sua?... será mesmo interessante de serem ouvidas?... puta que la merda... http://cinema.uol.com.br/ultnot/multi/2009/06/08/04023262C0B93346.jhtm?trailer-do-filme-o-contador-de-historias-04023262C0B93346

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Todo amor que houver nessa vida



http://www.youtube.com/watch?v=2GmVajkqLNU

foto tirada por Annie Leibovtz na manhã da morte de John...

Eles estão sentados num banco de praça
ele delicadamente levanta e a espera colocar o casaco sobre o braço
ele desfaz sua trança e solta seus longos cabelos
ela se vira, o olha profundamente e se beijam
Ele aponta para ela
ela ri
Está deitado sobre ela e eles riem juntos...
Estão na praça e dançam
as pessoas olham a cena de amor explícito
Eles se abraçam na praia, correm em direção ao mar
a onda vem e eles fogem
ele escreve na areia: John loves
ela escreve na areia: Yoko loves
a onda apaga
apenas a onda pode apagar
Ele beija seu rosto e parece se despedir
Ela parece que sabe

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sempre quis um amor como o da Yoko


Nunca fui esperta. Mas não sou burra. Tudo bem, sou tão louca quanto qualquer um, até mais que outros, mas bem menos que alguns. Papo doido. Mas é claro... uma pena. Tem gente que tem a mania feia de levar os outros em "banho maria". Todo dia ouço uma história desse tipo: pô, o cara me mandava torpedos, me chamava no msn, falou que eu tava mexendo com a cabeça dele... depois sumiu! As mulheres também fazem isso? Na mesma proporção? Pouco importa, acho eu...
Creio que o grande problema está naquilo que a gente espera, e naquilo que realmente é... mas somos responsáveis por nossas conquistas, por nossas palavras. Não podemos nos esquivar dessa responsabilidade. Se existe uma expectativa, é porque esta foi criada... por quem? e por que?
Será ego? Será insegurança? Será propaganda enganosa? Sim, tem gente que se gaba da própria performance e é uma bosta quando entra no jogo. Chuta e nem bate na trave, mas sai de campo achando que arrasou! E outros que entram, arrasam e abandonam o jogo...
Não é um jogo. São seres humanos, com dores de amores, com sonhos, expectativas. Temos que ter cuidado com o nosso próximo. Não somos brinquedos uns dos outros.
Os hipócritas criticam a própria hipocrisia.
Desculpam-se dizendo não haver má intenção em suas ações. Então era o que? Que merda de intenção era a sua, meu senhor (ra)? Continuem se escondendo atrás de suas máscaras ridículas de gente boa, gente do bem (é assim que se fala, né não?).
A delicadeza da sinceridade. A delicadeza de se importar. Uma simples delicadeza não tira pedaço. Muito pelo contrário. Cria laços, aperta laços.
Importe-se. Tenha cuidado com quem quer que seja.
Isso se chama respeito. Amor... né não?
Fica aqui uma fala de um personagem muito especial que encarnei uma vez, na peça O Arqueiro de Luiz Gustavo Alves. Era a deusa Artemis, disfarçada de camponesa. Ela olhava o homem que a tinha humilhado, mas a quem ela ainda amava, mas queria vingança. Ela lhe oferecia um doce e dizia: Meu Sr... compre o doce hoje e restará o salgado para amanhã. É o pagamento de uma promessa.
Prá bom entendedor, pingo é letra.

domingo, 21 de junho de 2009

o nome do filho que nunca terei


Sempre amei Raul , mas depois da tatoo a convivência tem estado insuportável. Hoje conversei com ele a noite toda, dentro do carro. É, ele me espera no pendrive que tenho no carro. Ele me fez chorar da Vila Clementino até o Campo Belo, depois até a Consolação e depois até a Vila Clementino de novo. Te amo Raul. Essa maçã é sua. E de mais alguém que eu tenho que esquecer.

Você tão calada e eu com medo de falar
Já não sei se é hora de partir ou de chegar
Onde eu passo agora não consigo te encontrar
Ou você já esteve aqui ou nunca vai estar

Tudo já passou, o trem passou, o barco vai
Isso é tão estranho que eu nem sei como explicar

Diga, meu amor, pois eu preciso escolher
Apagar as luzes, ficar perto de você
Ou aproveitar a solidão do amanhecer
Prá ver tudo aquilo que eu tenho que saber

sábado, 20 de junho de 2009

a saudade imensa de um futuro melhor



Sou uma pessoa psicológicamente abalada. É impressionante o medo que me tomou. O medo que tenho das pessoas, do ser humano.
Amo ter a música na minha vida, eu posso cantar, eu sei cantar, aprendi a cantar. Mas nunca aprendi a viver.
Sequelas.
Poupo as minhas crianças, nunca deixo que me vejam triste. Prá eles tudo de bom. Prá eles o melhor de mim, sempre. Nem que tenha que tirar a última gota. Os meus meninos não serão como eu, graças a Deus.
A coisa é tão louca que esses dias fui convidada prá cantar numa banda. De nome. Fui. Ontem eles me disseram que estão muito felizes comigo. Até chorei. Por ser aceita, por gostarem de mim.
Sequelas.
Não acredito no amor das pessoas por mim. Desconfio. Se por acaso você achar uma autoestima perdida por aí, recolha. Deve ser a minha. Que perdi. Faz tempo...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Wood & Stock


eu preciso encontrar um lugar legal prá se dançar
se descabelar
tem que ter um som legal
tem que ter gente legal e ter cerveja barata
Um lugar onde as pessoas sejam mesmo a fuder
um lugar onde as pessoas sejam louca
e super chapadas
um lugar do caralho!

Sozinho pelas ruas de SP eu quero achar alguém prá mim
alguém tipo assim:
que goste de beber e falar, LSD queira tomar e curta Sid Barret e os Beatles
Um lugar e um alguém quer tornarão-me mais feliz
Um lugar onde as pessoas sejam loucas
e super chapadas
um lugar do caralho!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

vai crescer... vai!


Monstros S/A... Assisti várias vezes esse filme, por causa dos meus sobrinhos, claro... por causa deles minha vida é outra faz quase 7 anos. Comecei a assistir desenhos até decorá-los (praticamente). Foi assim com Procurando Nemo, Toy Story 1 e 2, Nem que a vaca tussa (Fernanda Montenegro que dubla!), ah... tantos e tantos...

Mas Monstros S/A sempre foi meu preferido, primeiro pela trilha sonora, depois pela doçura da história, a forma engraçada como o bicho papão é retratado. Eles malham, se cuidam, se preparam prá assustar as crianças a noite, pq é do grito delas que a energia elétrica da cidade é gerada. E prá isso eles fazem até curso.

De repente o monstrão mais poderoso de todos se afeiçoa a menininha que ele assusta. E ela a ele. Daí vem todo o desenrolar da história. Uma hora ela tem que ir embora, não pode mais ficar presa a cidade dos monstros e ele sabe disso. E sofre pq ela vai ter que ir embora. Sofre pq ela vai crescer e não lembrar mais dele. Mas ele tem que cumprir o inevitável. Fazer o que dever ser feito.

Então ele abre a porta do ármario por onde ele entra no quarto dela, e vai devolvê-la ao seu mundo. Abaixa e diz: Vai Boo... vai crescer. Vai...

Ela olha meio que sem entender e vai. Ele fecha a porta e sofre. A porta por onde ele entrava no quartinho dela, é destruída. Sobra uma lasquinha de madeira e ele guarda.

Chorei silenciosamente ao lembrar dessa cena hoje.

Quantas vezes somos os monstros... temos que ser né? E quantas vezes os nossos monstros nos mandaram crescer?

Crianças de todas as idades, monstros de todas as categorias... guardemos nossas lasquinhas de madeira prá não nos esquecermos das crianças que fomos e que somos, e dos monstros que somos e seremos, com o coração na mão, mas na certeza de que aquilo realmente tinha (ou tem) que ser feito.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

a primeira canção da estrada


poxa, eu adorava o Zé. Ele fez uma música com o Sá e Guarabira chamada A Primeira canção da estrada... lembro quando ouvi na casa do Miguel, um disco de vinil. O Miguel era meu namoradinho quando tínhamos 18 anos e ele cantava muito bem. Canta até hoje. Enfim, ouvi a canção e disse prá ele: Essa é a música da minha vida!

E realmente, dos meus 18 anos prá cá, tomei a música do Zé como história da minha vida. E hoje a moçada sentiu falta dele em algum lugar e levou ele embora. Prá fazer um som em outro lugar.

Obrigada Zé

terça-feira, 12 de maio de 2009

Prisão das ruas

Momentos silenciosos, foram aquelesEm que eu e você, ficamos nos olhando, a sósMomentos mágicos, onde eu esqueciaDa realidade da minha vida, do meu dia-a-diaA paz do meu espírito, em doses homeopáticasPodia ser mais, mas eu sei que é só issoEu insistoEu confesso...eu não presto, mas existemMomentos silenciosos, foram aquelesEm que eu e você, ficamos nos amando, a sósSeu rosto, seu sorrisoSua pele, sua musicalidade me acalmavam (doce ópio)Na fila dos bancosNo trânsito confusoOuvindo o rádio em qualquer estaçãoPreparado para a prisão, das ruasPrisão das ruas (é isso aí) ...

música do IRA! - bem a calhar...

domingo, 10 de maio de 2009

Importâncias


Como eu imaginava, o teatro tem salvado a minha vida. A dança tbém, pelo menos momentâneamente...
É muito duro dedicar o melhor de vc a alguém e ser traído. Eu não sabia que era tão ruim.
Perdoei tantas coisas na minha vida, só não consigo perdoar a mentira. Não tenho compaixão dos mentirosos.
Tudo bem, o mundo tem suas tentações e eu mesma não cheguei ao Nirvana nesse sentido. Não julgo. Só a mentira me incomoda.
Porque a mentira é uma indelicadeza.
Sejamos honestos. Vamos assumir as nossas tristezas, alegrias, nossos amores frustrados, nossos sonhos destruídos. É só enfrentando que se vence o medo. Ou não. Mas comigo funciona.
Li hoje sobre a delicadeza de se importar. E tudo fez sentido.
Meu querido Felipe Guerra, grande ator ao qual tenho a alegria de contracenar, teve essa delicadeza comigo. Me olhou na aula de dança, me observou... depois me abraçou e disse: tá tudo bem mesmo?
respondi: tô de pé...
Aí num certo momento da aula ele olha prá mim e canta um trecho de uma música do Toquinho e poesia do Vinícius: DEPOIS PERDEU A ESPERANÇA PQ O PERDÃO TBÉM CANSA... e me deixou completar a frase: DE PERDOAR...
Obrigada Fê, pela delicadeza de se importar.

domingo, 3 de maio de 2009

Você é tão legal!!!!


depois de dias tristes veio uma coisa tão boa, tão boa, que até fico puta por ter ficado triste por uns dias... desses presentes da vida, que a gente não sabe nem pq ganhou.
Cantar na Virada Cultural já seria legal por si só. Mas cantar no palco "Toca Raul" seria mais legal ainda... Ser backing do Edy Star? Não poderia ser possível, não comigo. Mas assim foi.
Edy Star é o último Kavernista. Sim. Os outros eram Raul, Sérgio Sampaio e Míriam Batucada. Olha que honra absurda, o que mais eu posso querer?
Ouvi o cd o mes inteiro, teríamos ensaio logo que o Edy chegasse ao Brasil. E ele chegou direto da Espanha, onde mora e trabalha. Sim, aqui nesse país alguns grandes talentos não são reconhecidos nunca. Uma pena que nosso povo seja privado de um talento como o do Edy Star, demos ele de presente para os espanhóis, veja só.
Mas ele chegou e lá fomos ao ensaio. Ali já percebi que o palco ia ficar pequeno. Quem subisse ao palco depois dele ia suar a camisa. Ele é da arte e eu estava lá para me embriagar daquela fonte. Não consegui tirar os olhos dele por um minuto. Todos os seus movimentos, a sua regência, a sua força estavam sendo registrados pelos meus olhos e minha mente. E muito mais pelos meus sentimentos.
Chegou o dia de ver o último kavernista vivo cantar o que gravou em 1971. E agora é ele quem tem 71 anos. Estávamos preocupados com a carga emocional sobre ele, mas ele tava lá, preparadíssimo e muito emocionado, se maquiando e enchendo balões de ar que não foram lançados ao público como ele queria que fosse.
Subimos ao palco e o que vi foi o show mais bonito da minha vida.
Ele cantava, trocava de roupa a cada música, se comunicava com o público e era único. Sua dança, seu jeito de sorrir, de olhar, tava tudo certo. Até suas broncas. Nossa, como ele xinga!
- Agora não caralho! Puta que o pariu, porrrrrraaaa!!!!
O público cantava tudo. O público o recebeu e o respeitou como o grande artista que é. Então o fato de não tê-lo aqui não é o público.
Foi o melhor show do palco do Raul. Os kavernistas devem ter assistido, de onde estiverem. Acho até que eles estavam ali, cantando e dançando com o Edy, afinal esse homem levanta morto, não duvide!
Não sei se agradeço a Deus, ao Raul, a Ivani, ao Kaverna....... não sei.
Só sei que dessas surpresas é que se faz a vida. Dessa adrenalina, desse profissionalismo.
Edy não sabe do seu tamanho pq ele pensa que é como a gente comum. Assim é como ele gostaria que fosse. E isso o torna muito mais apaixonante e maravilhoso.
Obrigada Edy Star, do fundo da minha alma, do meu coração.
Não sei se Todo mundo tá feliz aqui na terra. Mas eu tô.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

preciso de alguém. tô triste prá caralho.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

minha metralhadora cheia de mágoas


não aguento mais carregar tanta mágoa..

minha vida tornou-se um carregamento de mágoas.

dizem que as mágoas viram cancer.

tenho medo das mágoas e muito mais medo do cancer.

tenho medo das pessoas.

tenho medo de olhar no espelho e nunca mais me enxergar.

estou enxergando pouco. nem a alma humana eu vejo. nem a alma humana eu sinto.

eu que lutei tanto contra, acabei aceitando tudo.

estou contra mim mesma.

no fim da fila.

domingo, 12 de abril de 2009

sabedoria


Me desliguei da família faz um tempo. Foi sofrido, mas necessário.

Essas datas me irritam um pouco, Páscoa, Natal...

Mas hoje me pregaram uma que valeu a pena. Minha tia me ligou convidando prá almoçar na casa dela, almoço de Páscoa (simpatizo muito com os ovos e o coelhinho). Fui. Encontrei meu tio, um cara que não tava fazendo muita questão de rever, apesar de gostar muito dele.

Foi um bom encontro e ele, mesmo sem saber, me presenteou com uma frase no meio daquela refeição maravilhosa de Bacalhau com catupiry:

- O que faz um homem ser bem sucedido na vida, com os amigos, trabalho, seja o que for, não é a sua inteligência e sim as suas escolhas.

Minha prima ainda rebateu: - Mas prá gente escolher, precisa ser inteligente!

Nada. Precisa não...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

reféns da autopiedade


Todo mundo tem problemas. Tem gente que tem problemas prá caralho.
Eu tenho os meus, você tem os seus, nós temos os nossos.
Mas o que não aguento é a pessoa q mesmo não falando te passa essa coisa do "olha como eu tô fudido, coitado de mim..."
Tudo vira uma grande desculpa: "olha, pisei na bola com você pq sou um fudido, tem pena de mim..."
Sou uma pessoa sensível demais aos problemas alheios. Me comovo. Muito.
Deve ser por isso que só encosta traste.
Tem você, pena de mim.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Bendita velhice


nada me irrita mais que a ignorância.

Domingo fui ao show do Iron Maiden, afinal devia isso a minha adolescente. Fiquei impressionada com a vitalidade dos músicos, principalmente do Bruce Dickson que aos 50 anos corre o tempo todo e canta lindamente, afinadamente, enfim, cheio de carisma e emoção. Nas 3 primeiras músicas não se ouvia a voz dele por causa do público: cantavam todas as letras... depois cansaram um pouco e ficou mais fácil apreciar.

Terminado o show, eu ainda muito bem impressionada com o que tinha visto e ouvido, tive que escutar a pérola de uma garota que não era tão novinha assim e estava bem do meu lado: - MEU! ODEIO VELHO! MAS CASAVA COM O BRUCE!

Quase vomitei. Olhei prá carinha dela e disse: Depende né querida? Será que ele gosta duma velhinha?

É claro que ela não entendeu... eu não esperava que ela entendesse. Gente assim não entende nada.

Lembrei-me do show dos Stones, quando vieram pela primeira vez prá cá e eu fui. Tinha apenas 25 anos e fiquei apaixonada por aqueles músicos, em ver a paixão com que se entregavam ao seu ofício independente dos seus 50 e poucos anos. E eles voltaram com mais pique aos 60 e muitos anos.

Lembrei-me de Paulo Autran falando da importância que se dá para a juventude, sendo essa a fase mais curta de nossa vida.

Penso que sofro esse preconceito com apenas 42 anos e muitas vezes levo na esportiva. As vezes fico de saco cheio e digo que é uma pena as pessoas não terem sequer passado pelos anos 70, uma das décadas mais importantes da história. Eu pelo menos lembro da Copa de 70. Lembro do Garrincha. Lembro dos festivais. Eu era criança. Elvis e Lennon morreram na minha adolescência.

Tenho inveja dos que estavam lá e fizeram história. Daqueles que não "ouviram falar", mas sim daqueles de quem falamos.

Tenho pena daqueles que falam da velhice e acham que não chegarão nela. Prá voces deixo um Leminsky, mesmo sabendo que vão continuar sem entender nada.


QUE PODIA UM VELHO FAZER NOS IDOS DE 1916, A NÃO SER PEGAR PNEUMONIA, DEIXAR TUDO PARA OS FILHOS E VIRAR FOTOGRAFIA?





terça-feira, 17 de março de 2009

aulas do Gu


Teu ser é teu próprio caminho

Teu tempo

Teu templo

teu universo infinito

ama o teu ser bendito!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Pinócchio


quem nunca mentiu? desde mentiras pequenas até grandes mentiras, a mentira domina e povoa... o que mais se faz nessa vida é mentir.

Mentimos o tempo todo, para os outros e para nós mesmos.

Eu não minto! mentira...

Acho até graça na mentira. Tem mentiras fofas. Dessas que Deus perdoa... a gente sabe que é mentira, mas deixa prá lá, pq é uma mentira boba.

Mas tem o outro lado, aquela das mentiras grandes e sérias... a gente não acredita, mas também deixa prá lá pq é melhor conviver com ela do que tê-la longe de você.

Só não dá prá engolir aquela mentira que subestima a sua inteligência, que fere a sua dignidade.

Essa não dá... essa machuca demais. Você se sente um idiota, um trouxa, você foi simplesmente levado no bico!

Procuro não mentir, nem mais prá mim mesma. Me escondi atrás de mentiras que insisti em acreditar, e isso só fez de mim um ser humano desconfiado do mundo. Quando a gente pára de mentir, percebe melhor a mentira dos outros. A mentira tem perna curta, a nona falava...

Da história do Pinócchio só me resta uma dúvida: ele vira humano e pára de mentir. Essa é a maior mentira de todas...

segunda-feira, 2 de março de 2009

a noite




é tanta gente falando ao mesmo tempo que só agora lembrei do papo do Daniel Boone ser avô do Pat Boone...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

em Barfly..


olha ele com a Faye Dunaway...

perigo de gol


Toda vez que eu assistia uma partida de futebol e acontecia algo que o juiz apitava e meus primos xingavam eu perguntava: por que ele apitou?

sempre tinha um que respondia com ar de tédio com surpresa e cara de pastel: foi perigo de gol...

A imbecil aqui achava que isso existia. Eu tinha certeza que o juiz apitava quando existia um perigo de gol... aí um dia perguntei: que merda de regra é essa? - nem preciso dizer que sou vítima de chacotas até hoje...

Mas o assunto nem é esse.

Alguém assistiu o Oscar? Amo o Sean Penn, nada mais justo do que um ator no nível dele ganhar a estatueta... mas essa era o Mickey Rourke!!!! Eu estava quase de pé, quase pulando, quase gritando GOOOOOOOOOOLLLLLLLLLL !!!!!! E É DO ROURKEEEEEEEEE!!!!! - quando o winner is Sean Penn entrou como o apito do juiz interpelando a jogada... estou até agora com o grito entalado. Fora a cara de pastel. Foi puro perigo de gol...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

minha irmã é minha truta

A maternidade fez da minha irmã uma pessoa melhor... principalmente na cozinha... puta arroz e feijão bão!!!!!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

a arte de ser pequeno

http://www.youtube.com/watch?v=0P5jV4lHHR0
Tom Waits é o homem da minha vida.

Só ele não sabe. Ainda...

Oh you got to

Hold on, hold on

You got to hold on

Take my hand, Im standing right here

you got to

Just hold on.
Recorro a ele na solidão, afinal são poucos os que o amam como eu. Também não quero dividi-lo.
Fico ali, abraçada a ele, aprendendo suas canções, debaixo do guarda-chuva, o dia cinza, frio, mas sempre abraçada a ele.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

a minha Tatá


Meu sobrinho mais novo tem 3 anos e meio. É todo carinhoso, daqueles que abraçam a gente e passam a mão por dentro do cabelo. Do nada te lasca um beijinho.
As vezes entra no meu quarto e fala: Tatá, você me dá banho? - como não?
Tatá, eu quero macarrão com salsicha... - sim senhor...
Quando leva uma bronca dos pais ou do irmão mais velho, vem correndo, lágrimas escorrendo, reclamando em palavras indecifráveis e pedindo colo. Posso?
Morre de ciúmes de quem quer que se aproxime de mim. Hoje mesmo falei prá ele: Enrique, ninguém vai tirar a Tatá de você! - ele me abraçou apertado e disse: A minha Tatá...
O mais velho tem 6 anos e é mais na dele. De vez em quando dorme na minha cama e assistimos alguns canais de desenhos. Com ele aprendi a admirar alguns canais infantis e gostar de Pocoyo. Hoje o Pocoyo é para bebês, ele não quer mais saber... mas eu assisto e ele acha graça de mim.
Esses dias tava indo pra casa do André e ele me disse:
quando você volta?
daqui a 2 dias, Dudu... - respondi.
ah Tatá... eu quero que você fique aqui! Vamos comprar uma casa bem grande e você mora também! Faz assim, fala pro André que ele pode dormir aqui, você não precisa ir prá lá!
Ao mesmo tempo que acho graça, isso me aperta o coração.
Brinco com minha irmã dizendo que o amor de tios e sobrinhos é mais sincero, porque temos obrigação de gostar dos pais, mas dos tios... ela fica puta da vida.
Tenho desses meninos mais do que mereço, e advirto: um enfarte na minha idade pode ser fatal.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

olhos de ver











Ele não é um modelo de beleza... não, muito pelo contrário. Eu diria até que é bem feio.
Feio prá caramba.
Meio barrigudinho, meio magrelo, uns ossos salientes e uma pele enrugada. No rosto e no corpo.
O nariz é grande e ele é muito branco. As vezes sua muito, fica molhado de suor, diria até que é um tanto nojento. Cabelo? Tem e não tem, sei lá, acho que tem um pouco. Bem pouco.
Ele não malha, não vai na academia, na verdade nem sabe por onde começar.
Ele prefere ler um livro.
Prefere oferecer uma música, um poema...
Prefere entender bem o corpo de uma mulher.
Ele é gordo, obeso. Cabeludo. Um corte estranho de cabelo. Uns cachinhos...
Mal cabe na cadeira. Desajeitado...
Ele ama do jeito que vem.
Eu amo do jeito que é. Porque um homem não precisa ser o contrário disso.
Um homem tem apenas que ser... HOMEM!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Benjamin


Vou muito ao cinema, assisto todos os filmes que estréiam e posso dizer: a muito não me emocionava com nenhum.

Achei interessante o trailler do "O curioso caso de Benjamin Button". Ter a Cate Blanchett no elenco já era um bom motivo para me levar a esse filme, e partindo do pré suposto que Brad Pitt é muito mais que um rostinho bonito que habita os sonhos de todas as mulheres, seria esse o meu programa na última quinta-feira. Estava decidida a enfrentar esse elenco Hollywoodiano, mesmo duvidando da minha intuição de que seria um bom filme...

Eu estava errada, não é um bom filme, mas sim um dos melhores roteiros, figurinos, elencos, diretor, enfim... vale cada minuto das quase 3 horas que passei comendo pipoca e eskibon (saio da dieta no cinema). Os protagonistas estão perfeitos? Sim, perfeitos... mas os coadjuvantes matam a pau! Me emocionei o tempo todo, não acreditava que estava enfim, assistindo a um dos melhores filmes da minha vida... quando vou ao cinema, quero rir, chorar, quero nunca mais me esquecer do que estou vendo, e foi exatamente o que me aconteceu na última noite de quinta-feira.

Não devo descrevê-lo. Assista, por favor, assista de coração aberto, se deixe levar, esqueça que é apenas um filme, faz de conta que é 3D...

Terminado, ninguém se levantou, não se ouvia uma palavra, a não ser algumas fungadas daqui e dali... minhas principalmente. Usei todos os guardanapos da pipoca para enxugar as lágrimas que desciam pelo pescoço.

Destaque para Tilda Swinston... que mulher é essa?!?

Envelhecer é foda. Mas não envelhecer também é.

No sentido certo da vida ou ao contrário, quando chega o fim... temos que aceitar.

Palavra de marinheiro.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

corrosão


sei lá bicho, que coisa é essa que eu me tornei? Não confio em ninguém, cara!

tem tanta coisa dentro de mim que queria mostrar, tanto prá fazer e eu tô aqui com medo, que merda é essa?

não sou vítima de nada

a não ser da minha própria crítica

logo eu que nunca tive medo

agora tenho de todos

tenho uma coisa amarga que me acompanha

um desdém. uma inveja.

uma vontade fudida de cantar blues e nunca mais parar. prá nada.

malditas sujas

malditos

saudades do meu leal rivotril

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

o labirinto da Tata


ah... eu queria ter visto "O Labirinto do Fauno" no cinema, mas vi ontem em dvd...
Que filme lindo.
Adoro a língua que me é tão familiar. Os atores totalmente entregues aquelas cenas fortes, a maquiagem, o Fauno, as fadas (eu acredito, paciência...) e a garota. A ditadura de Franco. O Coronel. A mãe. Os rebeldes. O médico e a empregada. O irmão. A princesa e o rei. O sapo e as baratas. A criatura que comia criancinhas. A faca, a chave, o sangue. Sangue prá todo lado.
A morte e o sonho.
Terminado o filme me deitei e com a cabeça no travesseiro chorei prá caramba.
Chorei mesmo. Com gosto.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

culpa

Por que é que tudo que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda.............?!?

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Valentina


passada a mágoa eu agradeço

e tenho vergonha

da música

do teatro

da arte.


agradeço

e tenho vergonha

da musica passada.


a mágoa eu

agradeço e tenho

vergonha da musica do teatro da arte.


agradeço

a mágoa passada.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

mágoa


ando magoada...
um dia desses um amigo me olhou bem dentro dos olhos e disse: chega de mágoa!
pelos meus olhos ele viu a minha alma. banal?
só sei que faz 2 semanas que ele não fala comigo.
acho que está magoado.

sábado, 24 de janeiro de 2009

teatro


venho de uma família de atores... é verdade!
Os Martinelli foram atores mambembes nos anos 30. Dizem que meu tio-avô, Romualdo Martinelli (tio Varanda) fazia teatro de marionetes quando criança e cobrava um palito de fósforo a entrada. Toda a "paga" ia prá ajudar minha bisnona na casa. Fósforo era um negócio caro e meu bisnono já tinha ido dessa prá melhor (tuberculose), portanto todos os filhos tinham que ajudar nas despesas da casa.
Meu nono era o mais velho e não pode dar vazão ao seu lado artístico. De qualquer forma teve um cassino e contratava artístas, entre eles o Cauby, prá fazer shows...
Já a tia Yole foi expulsa da igreja (era o que eles chamavam de "filha de José") pq o padre foi assistir a uma das peças onde ela interpretava uma mulher liberada, que chegava de Paris, usava calças compridas e fumava... ela tentou se explicar pro padre, disse que era apenas a personagem, mas não teve jeito. Ela ficou com o teatro, graças a Deus. Foi uma atriz que apareceu por acaso. A protagonista estava doente e a peça tinha que estrear, meu tio Varanda não teve dúvidas: Iole, você vai atuar... - Mas eu nunca pisei num palco!!! - sempre tem uma primeira vez...
E que atriz! Em comédia não tinha prá ninguém...
Tio Américo, tio Alcides, tio Fernando, tia Flora... todos atores. E cantavam bem prá caramba! A família vivia cantando... diziam que era só quebrar um copo e os Martinelli já achavam que era o tom da próxima música..
Eu era criança e lembro de tudo. Eles já estavam velhos, mas a alma da arte estava intocada. Não seguiram... fizeram outra coisa da vida... mas alí no fundo de suas almas a arte gritava com toda força.
Tio Varanda morreu alcoolatra. Ele não conseguiu se conformar com outra vida que não fosse a da arte. Não teve força prá lutar contra os padrões da época e começou a beber. Por causa da frustração.
Herdei todos os seus livros de teatro. Eles estão desmanchando, as capas amareladas, mas não me desfaço de nenhum deles.
Vou continuar esse assunto nessa semana.
Esse ano volto a fazer teatro. Preciso de vc, tio.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

apelando prá Leminski


tudo o que passa

tudo o que dura

tudo que duramente passa

tudo que passageiramente dura

tudo, tudo, tudo não passa de caricatura de você,

minha amargura



Já me matei faz muito tempo

Me matei quando o tempo era escasso

E o que havia entre o tempo e o espaço

Era o de sempre

Nunca mesmo o sempre passo

Morrer faz bem à vista e ao baço

Melhora o ritmo do pulso

E clareia a alma

Morrer de vez em quando é a única coisa que me acalma

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

quebrando a cara


Tenho 2 gatas viralatas, Grizabela e Batgirl...
Elas vivem sentadinhas na janela do meu quarto, olhando pro movimento da quadra, as crianças, os carros.
Ontem tava ventando e fechei a janela. A Batgirl veio com tudo, pulou e enfiou a cara no vidro... -poxa! - eu disse - larga de ser burra!
Burra sou eu que sabe onde estão todos os vidros da minha vida, sempre nos mesmos lugares, e faço o mesmo que ela. Quebro a cara.

Jean Paul me dando uma força...


Uma pessoa à beira de um penhasco perigoso tem medo de cair, e sente angustia ao pensar que nada o impede de se jogar lá embaixo, de se lançar no abismo.. O pensamento mais angustioso de todos é quando, num dado momento, nós não sabemos como nós iremos nos comportar no momento seguinte. Não há fuga possível da angústia da liberdade; fugir à responsabilidade é em si mesmo uma escolha.

valeu Sartre... ainda acho que o amor é foda...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

o amor é foda!


Eu lia muito Asterix e Obelix... eles enfrentavam os romanos completamente imbecilizados, comiam javalis em ceias norturnas, amarravam e tapavam a boca do bardo Chatotorix, e tinham medo apenas de uma coisa: que o céu caísse sobre suas cabeças!
Dependiam da poção mágica que o druida Panoramix (figura igual ao Mago Branco do Sr. dos Anéis) preparava para dar-lhes uma força descomunal... só Obelix não tomava. Tinha caído dentro do caldeirão quando criança, o que fazia com que os efeitos da poção fossem permanentes.
Esses dias tive que enfrentar esse medo. Logo eu que não tinha medo de nada...
Sem poção mágica, sem druida, vi o céu despencar sobre a minha cabeça...
Creio que a poção mágica deva ser o perdão e eu não caí nesse caldeirão!
Ah... quanta coisa a se aprender ainda...
O amor é foda!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Janis!!!!


tinha esquecido, hoje é aniversário da Janis!!!!
se existe céu ou inferno eu não sei... só sei que a Maysa tá lá na festa!!!
puta inveja boa...

light my fire????




que início de ano foi esse...
foi não! está sendo e pelo jeito vai longe!
Fico pensando na Maysa... sempre amei Maysa, tenho o primeiro disco, ela de cabelo curtinho e aqueles olhos de gato...
Tenho outro, um show no Canecão onde ela canta "Light my fire" do Doors... comento isso com amigos músicos e todos ficam espantados: MAYSA CANTANDO LIGHT MY FIRE????
respondo: a melhor de todas as versões...
Fizeram dela uma alcoolatra de olhar "pidão"... odiei o seriado... seu olhar era duro, penetrava e gelava a gente por dentro. Gosto de mulheres assim. Mas os homens não... se é que os homens gostam de algum tipo de mulher...
Meus grandes amigos pertencem ao sexo masculino. Machos e gays. Todos.
Tenho algumas amigas, poucas... talvez pq eu seja uma Maysa (digo, na essência).
Eu também odeio a morte e seu mortiço. Eu também amo tudo aquilo que é vida.