sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Valentina


passada a mágoa eu agradeço

e tenho vergonha

da música

do teatro

da arte.


agradeço

e tenho vergonha

da musica passada.


a mágoa eu

agradeço e tenho

vergonha da musica do teatro da arte.


agradeço

a mágoa passada.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

mágoa


ando magoada...
um dia desses um amigo me olhou bem dentro dos olhos e disse: chega de mágoa!
pelos meus olhos ele viu a minha alma. banal?
só sei que faz 2 semanas que ele não fala comigo.
acho que está magoado.

sábado, 24 de janeiro de 2009

teatro


venho de uma família de atores... é verdade!
Os Martinelli foram atores mambembes nos anos 30. Dizem que meu tio-avô, Romualdo Martinelli (tio Varanda) fazia teatro de marionetes quando criança e cobrava um palito de fósforo a entrada. Toda a "paga" ia prá ajudar minha bisnona na casa. Fósforo era um negócio caro e meu bisnono já tinha ido dessa prá melhor (tuberculose), portanto todos os filhos tinham que ajudar nas despesas da casa.
Meu nono era o mais velho e não pode dar vazão ao seu lado artístico. De qualquer forma teve um cassino e contratava artístas, entre eles o Cauby, prá fazer shows...
Já a tia Yole foi expulsa da igreja (era o que eles chamavam de "filha de José") pq o padre foi assistir a uma das peças onde ela interpretava uma mulher liberada, que chegava de Paris, usava calças compridas e fumava... ela tentou se explicar pro padre, disse que era apenas a personagem, mas não teve jeito. Ela ficou com o teatro, graças a Deus. Foi uma atriz que apareceu por acaso. A protagonista estava doente e a peça tinha que estrear, meu tio Varanda não teve dúvidas: Iole, você vai atuar... - Mas eu nunca pisei num palco!!! - sempre tem uma primeira vez...
E que atriz! Em comédia não tinha prá ninguém...
Tio Américo, tio Alcides, tio Fernando, tia Flora... todos atores. E cantavam bem prá caramba! A família vivia cantando... diziam que era só quebrar um copo e os Martinelli já achavam que era o tom da próxima música..
Eu era criança e lembro de tudo. Eles já estavam velhos, mas a alma da arte estava intocada. Não seguiram... fizeram outra coisa da vida... mas alí no fundo de suas almas a arte gritava com toda força.
Tio Varanda morreu alcoolatra. Ele não conseguiu se conformar com outra vida que não fosse a da arte. Não teve força prá lutar contra os padrões da época e começou a beber. Por causa da frustração.
Herdei todos os seus livros de teatro. Eles estão desmanchando, as capas amareladas, mas não me desfaço de nenhum deles.
Vou continuar esse assunto nessa semana.
Esse ano volto a fazer teatro. Preciso de vc, tio.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

apelando prá Leminski


tudo o que passa

tudo o que dura

tudo que duramente passa

tudo que passageiramente dura

tudo, tudo, tudo não passa de caricatura de você,

minha amargura



Já me matei faz muito tempo

Me matei quando o tempo era escasso

E o que havia entre o tempo e o espaço

Era o de sempre

Nunca mesmo o sempre passo

Morrer faz bem à vista e ao baço

Melhora o ritmo do pulso

E clareia a alma

Morrer de vez em quando é a única coisa que me acalma

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

quebrando a cara


Tenho 2 gatas viralatas, Grizabela e Batgirl...
Elas vivem sentadinhas na janela do meu quarto, olhando pro movimento da quadra, as crianças, os carros.
Ontem tava ventando e fechei a janela. A Batgirl veio com tudo, pulou e enfiou a cara no vidro... -poxa! - eu disse - larga de ser burra!
Burra sou eu que sabe onde estão todos os vidros da minha vida, sempre nos mesmos lugares, e faço o mesmo que ela. Quebro a cara.

Jean Paul me dando uma força...


Uma pessoa à beira de um penhasco perigoso tem medo de cair, e sente angustia ao pensar que nada o impede de se jogar lá embaixo, de se lançar no abismo.. O pensamento mais angustioso de todos é quando, num dado momento, nós não sabemos como nós iremos nos comportar no momento seguinte. Não há fuga possível da angústia da liberdade; fugir à responsabilidade é em si mesmo uma escolha.

valeu Sartre... ainda acho que o amor é foda...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

o amor é foda!


Eu lia muito Asterix e Obelix... eles enfrentavam os romanos completamente imbecilizados, comiam javalis em ceias norturnas, amarravam e tapavam a boca do bardo Chatotorix, e tinham medo apenas de uma coisa: que o céu caísse sobre suas cabeças!
Dependiam da poção mágica que o druida Panoramix (figura igual ao Mago Branco do Sr. dos Anéis) preparava para dar-lhes uma força descomunal... só Obelix não tomava. Tinha caído dentro do caldeirão quando criança, o que fazia com que os efeitos da poção fossem permanentes.
Esses dias tive que enfrentar esse medo. Logo eu que não tinha medo de nada...
Sem poção mágica, sem druida, vi o céu despencar sobre a minha cabeça...
Creio que a poção mágica deva ser o perdão e eu não caí nesse caldeirão!
Ah... quanta coisa a se aprender ainda...
O amor é foda!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Janis!!!!


tinha esquecido, hoje é aniversário da Janis!!!!
se existe céu ou inferno eu não sei... só sei que a Maysa tá lá na festa!!!
puta inveja boa...

light my fire????




que início de ano foi esse...
foi não! está sendo e pelo jeito vai longe!
Fico pensando na Maysa... sempre amei Maysa, tenho o primeiro disco, ela de cabelo curtinho e aqueles olhos de gato...
Tenho outro, um show no Canecão onde ela canta "Light my fire" do Doors... comento isso com amigos músicos e todos ficam espantados: MAYSA CANTANDO LIGHT MY FIRE????
respondo: a melhor de todas as versões...
Fizeram dela uma alcoolatra de olhar "pidão"... odiei o seriado... seu olhar era duro, penetrava e gelava a gente por dentro. Gosto de mulheres assim. Mas os homens não... se é que os homens gostam de algum tipo de mulher...
Meus grandes amigos pertencem ao sexo masculino. Machos e gays. Todos.
Tenho algumas amigas, poucas... talvez pq eu seja uma Maysa (digo, na essência).
Eu também odeio a morte e seu mortiço. Eu também amo tudo aquilo que é vida.