terça-feira, 26 de janeiro de 2010

cara de cu


é isso mesmo, cara de cu. Adoro palavrões...
Mas a história é a seguinte: fui ao banco, (coisa rara na minha vida de cantora botequeira que recebe sempre em dinheiro), para pagar uma taxa do Poupatempo, coisa de Rg novo, o meu era de 83, tinha que renovar e tals e lá fui eu deixar minha bolsa e celular dentro de um armarinho, prá que a porta giratória não me obrigasse a tirar a roupa prá provar que não uso armas de fogo, estiletes, metralhadoras giratórias ou granadas de mão... adentrei serenamente o recinto bancário e me dirigi ao caixa.
O filho da puta nem olhava na minha cara. Meio sem graça me dirigi a outro caixa e perguntei: por favor, é aqui que pago a taxa do RG? - ele respondeu: já pegou senha?
respondi: tem que pegar senha?
ele: é claro que tem. Não vê que tem pessoas na frente?
respondi: não estou acostumada com bancos. Onde pego a senha?
Ele apontou com a testa prá perto da porta do banco, onde o segurança já poderia ter me poupado desse mico... enfim, foda-se, fui lá e peguei a senha.
Detalhe: as PESSOAS que estavam na minha frente eram só um senhor.
Peguei o papelzinho e me sentei na última cadeira, bem lá no fundo.................................. aí o infeliz acionou o painel com o meu número. Levantei-me lentamente e fui andando como se estivesse em Paris. Devagar, observei as cadeiras, o chão, a iluminação, o quepe do guarda, a bunda da moça do café... enquanto isso o caixa em questão não tirava o dedo da campainha, impaciente com meu andar borboletal.
Encostei no balcão, olhei para ele e disse: CHEGUEI!
Dei o cartão para que ele debitasse a grana. O infeliz perguntou: é prá debitar desse cartão? Minha vontade era responder: claro que não! é um presente prá vc! quer a minha senha também? Assim pode se apoderar dos meus milhões e viajar por São Caetano do Sul!
Mas não. Respondi que sim, era um cartão de débito...
Feita a transação, ele me deu um papel. Perguntei: é só isso?
E mais uma vez ele em sua educação de estrebaria me disse: claro que não, ainda vai sair o comprovante.
Fiquei olhando prá ele. Nossa, ele tinha cara de cu. Todos lá tinham cara de cu.
Passou um filminho na minha cabeça: não tenho nada nessa vida, décimo-terceiro, férias, cesta básica, nada... mas também não tenho cara de cu!
Peguei meu comprovante alegremente, agradeci pela gentileza do cara de cu e saí de lá com a sensação de quem tem lindos dentes prá sorrir!

5 comentários:

KS Nei disse...

Voce eh a candidata pelo Partido Anarquista Macumbado.

Candidata a nao-eleicao.

A fila eh coisa civilizada. O PAM nao adere a fila. Nem fura.

E somos todos contra bochechas de bunda e caras de cu.

Todos, digo eu, o PAM so tem eu.

Da proxima vez, leve um leque. Massa!

Tatíssima Martinelli disse...

como sempre vc arrasa, meu querido!

Prondevai? disse...

As cenas da cadeira de espera até o caixa, rolava um quadrinho sensacional. Harvey pekar e robert Crumb na cabeça!!!!

KS Nei disse...

Boa. A cena entre a cadeira e um close na cara de cu podem ter duas possibilidades: Watchovski a la Matrix, hiper lento-detalhado ou Tarantino, detalhado e retalhado.

Sabrina Martinelli Anéas disse...

HAHAHAHAHAHAHAHAHA
Não se rio mais do post ou dos comentários...rsrsrs