terça-feira, 4 de janeiro de 2011

um amor qualquer - fim

Ele era contraditório em sua loucura. Ela sempre foi louca. Assumida.
Ele fingia equilíbrio - mas era engolido por qualquer coisa. O medo de perdê-la virou obssessão - não vá embora. não vá embora. não.
Sem ela não existia sangue nem carne nem nada. Sem ela só existia o cigarro.
Sem ele, ela fingia uma vida. Mesmo assim, vivia.
Faltava tão pouco... mas ele não aguentou. E tentou matá-la 1x. 2x. 3x.
Ela voltava. Ele esperava. Ela voltava. Ele esperava.
Agora ela não volta mais.
Nunca mais seus beijos, nunca mais seu cheiro, nunca mais.
Prá ele sobrou a ilusão de um novo amor - igual a ela? um dia?
Prá ela sobrou a saudade de algo que não chegou a viver. E muitos outros amores. Igual a ele? não...
e a certeza disso a fez feliz.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

um amor qualquer - parte 4


e ele dizia confia em mim eu te amo sempre confia em mim eu te amo sempre confia em mim eu te amo sempre e ela ouvia a burra ouvia a burra ouvia a burra ouvia mas não se convencia.

um amor qualquer - parte 2


O amor parecia tão grande que jamais acabaria.
Ele e seu amor apaixonado - ela era única - uma pintura a seus olhos carentes (como todos os olhos).
Ela se despia de tudo. Ela era dele, apesar de não ser de ninguém.
O mundo nunca pareceu tão certo. Eles haviam se encontrado.
Ele estava tão dentro dela que parecia ser sua alma. E a ele era entregue o corpo dela.
Enterravam-se um no outro. Amavam-se querendo morrer.
Eles sempre sentiam o gosto da morte no corpo um do outro.